sábado, 30 de julho de 2016



Por Adriane Garcia


Eis a nave: Contemporâneas. Ela não traz autoras como uma exceção, traz como a regra, e traz em si uma variação. Não é nada diferente do que inúmeras vezes acontece com antologias. É uma variação dentro do que acontece. Entramos na nave. Escrevemos. Antigamente as mulheres eram proibidas de viajar nos navios de conquista, porque a lenda dizia que dávamos azar e púnhamos tudo a perder nas viagens. Inventaram-nos muitas lendas.

Não é uma discussão sobre escrita feminina, não é nem uma discussão. É uma nave ocupada. Uma nave cuja tripulação é de mulheres que escrevem e dão muito bem o seu recado. Como sujeitos atuantes no mundo e na própria vida, destes lugares, colocam suas vozes.

Esta antologia traz uma pequeníssima amostra do que há neste tempo, escrito por elas. Outras amostras podem (e que venham!) ser apresentadas. Esta tem a limitação da organizadora, mas buscou-se trazer poetas que publicam atualmente, tanto em livro quanto em plataformas digitais, e que possuem um trabalho constante e preocupado com seu texto. É certo que várias poetas com trabalhos excelentes não estão no que sabemos pequeníssima amostra, havendo um limite de espaço físico e mesmo a falta daquilo sobre o que meus olhos infelizmente nunca se colocaram.

Foi proposto o tema livre, mas acabamos por encontrar reincidências temáticas deliciosas.

A harmonia coube à escolha de um dos poemas entre três que as poetas me trouxeram. Por grande sorte, tinha no começo e no término (já que escolhi a ordem alfabética por nomes das autoras) poemas que, no meu entender, realmente abriam e fechavam de modo muito acertado esta antologia. Gosto. Considero-a ótimo material de leitura do início ao fim. Convido-os para esta nossa viagem irreversível. Entremos na nave.

Adriane Garcia é poeta e responsável pela seleção de mulheres que integram essa nave





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