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Cadeia Velha de Santos durante o Festival Mirada! |
Reflito por onde anda nosso saudável orgulho de "santiscidade": cultivo de nossa ancestralidade libertária e vanguarda cultural? A grande fortaleza da sociedade é alicerçada numa narrativa ampliada, um discurso motivador a partir da sua História e Arte.
Nada subverte e move tanto quanto Arte! Poetas são faróis da raça, dizia o mestre Ezra Pound! Quanto estamos impregnados realmente do legado dos Andradas? Nossos escritores seguirão eternamente em estado de estátua, desconhecidos das novas gerações de leitores?
Por quê Educação e Cultura não caminham juntas levando escritores a discorrer sobre suas experiências e as obras de conterrâneos Vicente de Carvalho, Martins Fontes, o teatro de Plínio Marcos e a trajetória de Patrícia Galvão? Seguimos lutando pela reedição de obras desses vultos da criatividade, seguimos lutando pela difusão de nossa história republicana, abolicionista, sindical e democrática.
Aproxima-se bicentenário da Independência e Santos deve preparar sua inserção nessa comemoração afinal fomos dela protagonistas. Uma comunidade que desdenha de seus valores profundos adoece e acaba fenecendo como corpo vivo : se temos uma boa estrutura urbana, merecemos agitar conteúdo , pensamento crítico e vivência intelectual.
O consumismo não gesta, o economicismo é estéril, só arte e reflexão moldam a face profunda duma sociedade. A municipalidade tem dever de promover mais bibliotecas, festivais de musica e cinema, instrução sobre nossa literatura na rede publica e dar oportunidade para o surgimento de novas mentes criativas. "Ao Estado cabe fazer o que é útil, ao artista o que é belo", dizia-nos Oscar Wilde. Grande passo foi dado com decisão da Prefeitura em assumir parte das responsabilidades sobre a Cadeia Velha revitalizando as oficinas culturais sob a égide da Secult. A sociedade artística com apoio decisivo desse jornal estiveram altura dos tempos de Geraldo Ferraz e Pagu!
Mais literatura, muito teatro, sempre cinema, esse caminho é o certeiro para nos dignarmos primeiro mundo!
O futuro agradece quando semeamos de arte o presente.
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