Imagem de Hugo Lugo
Por Wilton Bastos
Coisas que eu queria ter aprendido um pouco antes:
"Mamãe e eu sempre fomos juntos no ônibus.
Hoje, pra não sentar no assento preferencial, fiquei longe
dela.
Ao seu lado sentou uma moça que sozinha ocupava os dois
lugares; ao meu, outra moça com um bebê mijo-chorador...
Mãe, somos melhores juntos."
*
Por que escritor?
De fato, tal pergunta é melindrosa
Traz dor pr’alguns, pra mim traz alegria
Pra muitos compulsão, pra mim sadia
Tal arte que da gente sempre goza
*
Se por um lado há verso, há também prosa
Poética ela ou não, e há proesia
Porém, se é de verdade qual devia
Co método ou ca musa se desposa
E é isso que é tal arte, um casamento
Que afasta deste vate a solidão
Que traz pr’alguns quem ouça, eu já nem tento
Que eu sinto tais textinhos que me são
Um meio de aplacar qualquer tormento
Que impinge a quem o habita o mundo cão
Minibiografia
Soteropolitano de 1993, Wilton Bastos foi criado no litoral
paulista, em cuja Santos mora até hoje. Trabalhando como escritor fantasma
desde os 10 anos, começou a escrevinhar versos no colegial, sem deixar,
contudo, de criar em prosa. De lá pra cá, assimilou a métrica, e passou a poetar
quase que exclusivamente em versos heroicos, formato ao qual endereça todo
respeito e cuja extemporaneidade não pretende aceitar. Não se vê fazendo outra
coisa que não escrever, e adora galhardear essa frase a todo e qualquer
interlocutor que lhe dê ouvido, por mais clichê que ela de fato seja.
Fosse qualquer outra pessoa a me fazer o convite, ficaria, é claro, muito grato e contente. Sendo o senhor, fico, além de grato e contente, honrado. É um dos caras com mais critério que eu conheço. Na escrita, na arte, e na vida. Tanto que, como faço questão de deixar claro o mais amiúde que consigo, o admiro pra caralho. Tô, dessa feita, muito feliz com o carinho ^^ Obrigado
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