Poema de Bruno Villela
Fotografias de Arthur Alonso e Fernanda Terra
Canos, canais, canoas
Há algo que corre
Mas de tão devagar me enjoa
Canos, canais, canoas
Há algo que morre
Mas que ninguém apregoa
Canos, canais, canoas
Há uma paz por aqui
Mas uma paz que destoa
Casebres, casernas, casulos
De borboleta crescida
Mas que ainda não voa
Canos, canais, canoas
Há uma canção no ar
Mas que nunca ecoa
Canos, canais, canoas
Há um azul tão bonito
Mas que das outras cores caçoa
Canos, canais, canoas
Há tantos jovens lá fora
Mas que vivem a toa
Carolas Caducos Coroas
Canos, canais, canoas
Há um progresso que venta
Mas que nem todos perdoa
Canos, canais, canoas
Há uma umidade que acalma
Mas que corrói a alma e a proa
Canos, canais, canoas
Há uma sede que move
Que move as pessoas
(Mas que o mar tal anseio não sacia
E que talvez no seio da sua senhoria
Ainda doa)
De ser uma mater-polis que estila
E ao mesmo tempo uma vila
Onde o sino ressoa
Canos, canais, canoas
Há algo que escorre
Mas de tão devagar me enjoa
Canos, canais, canoas
Mas há algo que sobe
E que dentro de mim me abaloa
Bruno Villela tem 25 anos, é natural de Santos, formado em Filosofia pela USP. Professor e educador social na área de cidadania, desenvolvimento local solidário e produção de vídeo e mídia popular. É socialista libertário e escritor ainda anônimo de poesias, contos, crônicas e letras musicais que carregam a influência da filosofia do dub, na colagem de vozes, imagens, sons e ritmos democraticamente ouvidos e interpretados.
Nota da Revista Pausa: A formatação da postagem original acabou cortando o início do poema, alvo de comentário do autor, publicado abaixo. Nesta segunda edição da postagem, o blog busca reparação com a reedição da poesia corrigida e com o acréscimo de outra fotografia de Arthur Alonso e ainda mais uma de Fernanda Terra, todas enviadas por Soraia Melo, que havia sugerido também o poema.
Poxa bem bacana, pena que cortaram o começo que é essencial tanto no conteúdo quanto na forma...
ResponderExcluirlá vai ele inteiro pra quem tiver interesse:
Canos, canais, canoas
Há algo que corre
Mas de tão devagar me enjoa
Canos, canais, canoas
Há algo que morre
Mas que ninguém apregoa
Canos, canais, canoas
Há uma paz por aqui
Mas uma paz que destoa
Casebres, casernas, casulos
De borboleta crescida
Mas que ainda não voa
Canos, canais, canoas
Há uma canção no ar
Mas que nunca ecoa
Canos, canais, canoas
Há um azul tão bonito
Mas que das outras cores caçoa
Canos, canais, canoas
Há tantos jovens lá fora
Mas que vivem a toa
Carolas Caducos Coroas
Canos, canais, canoas
Há um progresso que venta
Mas que nem todos perdoa
Canos, canais, canoas
Há uma umidade que acalma
Mas que corrói a alma e a proa
Canos, canais, canoas
Há uma sede que move
Que move as pessoas
(Mas que o mar tal anseio não sacia
E que talvez no seio da sua senhoria
Ainda doa)
De ser uma mater-polis que estila
E ao mesmo tempo uma vila
Onde o sino ressoa
Canos, canais, canoas
Há algo que escorre
Mas de tão devagar me enjoa
Canos, canais, canoas
Mas há algo que sobe
E que dentro de mim me abaloa
Bruno Villela.
Caro Bruno.
ResponderExcluirAcabei de arrumar a postagem. Peço perdão pelo erro involuntário.
Forma e conteúdo. É, Bruno, fiquei curioso. Peço que escreva para o blog sobre como conciliar os dois.
Amistosamente,
Alessandro Atanes
Bruno , poética carregada de imagética:
ResponderExcluirfanopaica no sentido de Ezra Pound: além do conteúdo me ser precioso: o sentimento atlântico do mundo, a forma é ´´work in process´´: amadurece feito cardume : eficiente, belo, contundente, denso;
salve, salve Bruno Villela!
jogue-se 'a Poesia, 'a escritura.
abraço, Flávio Viegas Amoreira
flavioamoreira@uol.com.br