A pintura de Quinquela Martín e a Literatura levam Alessandro ao universo de La Boca, Buenos Aires |
Os novos textos e novos autores pelos quais Alessandro navega vem alimentando a coluna semanal que ele mantém desde 2005 - Porto Literário - no portal Portogente e aqui na Revista Pausa. Na oficina Conheça Santos por meio da Literatura na Estação da Cidadania também divide com gente tão apaixonada como ele o conhecimento que vem acumulando desde quando começou a pesquisar a tríade Literatura/Porto/ História num curso de especialização de História e Historiografia na Uniban, em 2011, trabalho que, ampliado, culminou na dissertação de mestrado em História Social defendida na USP em 2008, indicada pela banca para publicação.
O pesquisador encontra Borges em uma esquina de Buenos Aires |
Alessandro conheceu outros portos e cidades em viagens pela Argentina, Espanha, Uruguai e Peru. Os elos com autores latino-americanos renderam traduções para o português de Voo de identidade, do poeta peruano Óscar Limache, e de À espera do outono e Viagens imaginárias, ambos em um único volume, do também peruano Javier Heraud, publicadas em edição artesanal pela editora Sereia Ca(n)tadora. Por onde passou (e por onde também nunca esteve) acumulou, principalmente, amigos.
Com esse olhar para Santos e para além de Santos – como ordena o horizonte do mar que ele vê pela janela de sua casa -, nada mais natural que seu livro, que usa poemas, contos e romances como fontes de pesquisa para contar parte da História do Porto de Santos, escapasse partindo para os portos de Buenos Aires, Barcelona, Hamburgo, Nova York e São Petersburgo, sugerindo um parentesco entre as cidades portuárias.
Essa literatura que ele investiga mostra este e tantos outros portos das mais diversas formas, como ele diz, como “um espaço que favorece narrativas como aventuras, histórias de chegadas e partidas, conflitos trabalhistas e ideológicos, mas também relatos de nostalgia de autores que acompanham o movimento de navios sem partir em nenhum”. Somente a obra de Ariel escapa desse enquadramento, já que seu poema debruça-se sobre um tema à parte: o incêndio de Vila Socó, em Cubatão, um trabalho que não poderia ficar fora da obra de Alessandro. É também de Ariel o texto ficcional que introduz os ensaios. Já a capa (abaixo), a representação de uma grab faminta, como na pintura de Quinquela, é do artista gráfico Raphael Morone.
Quem encontra a produção de Alessandro descobre por meio de imagens, poetas, poemas e romances, a História da Literatura escrita na cidade de Santos. “Literatura é vista aqui como forma de conhecimento sobre o mundo", destaca ele. Todo esse garimpo literário o transformou talvez no único especialista no tema literatura e porto no país. Fazendo pontes entre arte e ciência, sua pesquisa nos mostra o que só a ficção nos conta sobre a realidade.
É movido a muito estudo e encantamento que ele tece a sua obra. Alessandro Atanes é, antes, um jornalista, escritor e pesquisador aberto a descobrir poesia nas esquinas do mundo.
Márcia & Alessandro,Amigos & Irmãos! Tenho a honra de participar duplamente do livro, já disse várias vezes e repito, nós temos na nossa região três dos maiores críticos literários do Brasil, Alfredo Monte, Ademir Demarchi e Alessandro Atanes! Vc mesma, Márcia é uma grande pesquisadora e jornalista de cultura, esta é um época cruel para a cultura e para a arte , mas repleta de pessoas extraordinárias, como vocês. Estou ansioso para ter o livro em mãos. Um grande abraço!
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