Por Manoel Herzog
Ela, depois de longa sessão de palavrinhas erotiquinhas: "Liga pra mim, amor."
Ele, temeroso do extrato do Itaú: "Seu telefone é TIM?"
Ela, acolhedora: "Claro."
Ligou e ficaram horas num goza regoza que não parava. Foram dormir dia claro, tinham começado na novela das sete.
Dia doze a conta da TIM, mil duzentos e oitenta e sete real duma única ligação pra um telefone móvel da Claro. Mas ele ficou feliz, porque ela foi sincera.
Não tendo como, tão apaixonado, e sem créditos, ligar pra esculachá-la, deliberou, como sói acontecer à classe média, explodir sua frustração nos mais humildes. Foi ao proletariado. Sentou no Barão do Café.
O garçom: "Chopinho claro ou escuro, patrão?"
Ele, amigável: "Um black, pra começar."
Findo o cremoso chopp da tulipa curvilínea que parecia um corpo de morena violão, o garçom veio.
O garçom, solícito: "Mais um escuro, doutor?"
Ele, objetivo e confirmativo: "Claro."
O garçom seria sangrado fizesse o que fosse. Voltou com outro chopp escuro.
Ele: "Seu animal filadaputa, não falei que queria claro? Caceta."
E assim, na lógica do capitalismo, a reação em cadeia se foi dando de cima pra baixo, sobrando um tabefe na dona maria do garçom, que por seu turno chutou o beagle adotado, recém egresso do Instituto Royal.
Ele, temeroso do extrato do Itaú: "Seu telefone é TIM?"
Ela, acolhedora: "Claro."
Ligou e ficaram horas num goza regoza que não parava. Foram dormir dia claro, tinham começado na novela das sete.
Dia doze a conta da TIM, mil duzentos e oitenta e sete real duma única ligação pra um telefone móvel da Claro. Mas ele ficou feliz, porque ela foi sincera.
Não tendo como, tão apaixonado, e sem créditos, ligar pra esculachá-la, deliberou, como sói acontecer à classe média, explodir sua frustração nos mais humildes. Foi ao proletariado. Sentou no Barão do Café.
O garçom: "Chopinho claro ou escuro, patrão?"
Ele, amigável: "Um black, pra começar."
Findo o cremoso chopp da tulipa curvilínea que parecia um corpo de morena violão, o garçom veio.
O garçom, solícito: "Mais um escuro, doutor?"
Ele, objetivo e confirmativo: "Claro."
O garçom seria sangrado fizesse o que fosse. Voltou com outro chopp escuro.
Ele: "Seu animal filadaputa, não falei que queria claro? Caceta."
E assim, na lógica do capitalismo, a reação em cadeia se foi dando de cima pra baixo, sobrando um tabefe na dona maria do garçom, que por seu turno chutou o beagle adotado, recém egresso do Instituto Royal.
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