domingo, 15 de junho de 2008

Por Alessandro Atanes

O artista plástico Fabrício Lopez, vencedor da Bienal Nacional de Santos de 2006, mantém há pouco mais de um ano um atelier no Valongo, num pedaço em que moram pessoas e que ainda não recebeu as melhorias da revitalização do Centro Histórico. Na última semana de maio, durante visita de xilogravuristas do Taller Experimental de Gráfica de Havana, que vieram ao Brasil para participar de um evento no Sesc Pompéia. O artista falou à Revista Pausa sobre o contato com os artistas cubanos e sobre a experiência com a vizinhança. 

 

fabricio_lopez

Fabrício, o que os visitantes vieram fazer aqui no seu atelier?

A idéia de trazer eles aqui é que tivemos um dia de folga, então realizamos este encontro, mesmo que informal, entre artistas e público, uma maneira de fomentar um pouquinho esse universo que aqui em Santos ainda tem pouco forma.

 

E quem está aqui em seu atelier tendo contato com eles?

[É] uma coisa interessante: tem familiares, tem as pessoas que moram aqui no prédio mesmo do atelier, tem artistas que convidei, amigos, na verdade, um público restrito. Não fizemos uma divulgação ampla, mas é um público que, acho que, vai irradiar essa informação, etnão, isso é interessante.
A história do Taller Experimental de Grafico é muito interessante e a idéia de trazê-los aqui é para implantar mesmo, poder enraizar esse tipo de experiência aqui, coisa que não existe, existe muito pouco, né? Um atelier públicos ou gerido oor artistas com tanto tempo de atividade. Um atelier que permite produção, permite educação, permite a difusão do trabalho artístico, [onde] você vende, você expõe, você trabalha, uma instituição independente completa, no meu entender.

Esse atelier foi montado com recursos do PAC [Programa de Ação Cultural], da Secretaria de Estado de Cultura, e já tem um ano. Gostaria que você fizesse uma avaliação de seu trabalho depois disso.

Então, eu acho que agora minha batalha é... eu acho que é um momento de enraizamento desse atelier aqui. A verba do PAC, ela já acabou, consegui equipar o atelier, mantive ele por um ano. E agora, tô ainda atrás de outros subsídios. Acho que realizar um encontro desse aqui é também colaborar com a permanência desse espaço, né? Produzir encontros informais, palestras, pouco a pouco, nesse processo de enraizamento nesse lugar.
Eu acho que... eu acho que o impacto aqui do atelier foi muito positivo. Você vê pela mobilização das pessoas que moram aqui no próprio prédio, quer dizer: elas gostas de estar aqui, elas me procuram, eu também procuro elas, a gente tem uma relação, é, fluida. Eu acho que, assim, a partir disso, quer dizer, tendo isso garantido, acho que a coisa pode dar muito certo. Tendo primeiro um contato com essa esfera mais próxima, onde o ateleir se situa, as pessoas que moram aqui já saberem que existe, e onde se produz esse tipo, que tem uma atividade artística produzida aqui, já é um ganho.  

0 comentários:

Postar um comentário

Os comentários ao blog serão publicados desde que sejam assinados e não tenham conteúdo ofensivo.