Alessandro Atanes
Como assessor de imprensa da prefeitura de Cubatão, tive a oportunidade de acompanhar na semana passada, junto com a estagiária Carla Martuscelli, a palestra Literatura de Cordel – Tradição e Modernidade, com o escritor Moreira de Acopiara (Ceará) e o professor doutor em literatura de cordel Aderaldo Luciano, nascido no município de Areia, Paraíba. O evento fez parte do Festival de Cultura Nordestina Cubatão Danado de Bom.
Aderaldo Luciano rechaça as interpretações de que o cordel é uma subliteratura, "uma coisa menor". Para ele, o cordel é um gênero poético como qualquer outro e se define pelo uso de sextilhas (estrofes com seis versos), ainda que haja variações na forma. "Sendo o cordel poesia, não tem pátria, nem classe social", o que lhe garante a universalidade de literatura.
Ele conta que há três linhas que contam a origem do gênero. A primeira remete a uma matriz portuguesa; a segunda credita como fonte os repentistas, mas o professor fica com a terceira que, não excluindo as influências anteriores, afirma ter o cordel um desenvolvimento próprio. "Ele foi pensado, foi bolado. O cordel chegou a sua forma clássica quando, no final do século XIX, Leandro Gomes de Barros, percebeu que ganharia mais dinheiro vendendo suas poesias impressas que declamando. Assim, ele optou pelo formato ofício dividido em 4 partes, o que dá no livrinho de cordel com 32 estrofes, que pode ser aumentado com a incorporação de mais livrinhos, aumentando assim a história. A forma do cordel foi cristalizada na gráfica". O gênero é tão parte da modernidade que tem até best seller, O pavão misterioso, com mais de 23 milhões de exemplares vendidos em várias edições. Outro campeão de vendas é A chegada de Lampião no inferno.
Ele também alerta para não confundir o cordel com outros gêneros. "Em muitos lugares se acha que toda poesia feita no Nordeste é cordel, mas não. Existem diferenças formais entre o cordel, que pode ser até de fundo erudito, o poema matuto, que não tem forma fixa e é caracterizado pela imitação dos sons falados, e a cantoria, que são versos feitos para serem cantados". Para ele, Patativa do Assaré foi mestre nos três gêneros.
O trabalho de Acopiara pode ser acompanhado no site http://www.moreiradeacopiara.hpg.com.br; já os textos do professor Aderaldo Luciano podem ser lidos no blog http://adercego.blogsome.com.
Como assessor de imprensa da prefeitura de Cubatão, tive a oportunidade de acompanhar na semana passada, junto com a estagiária Carla Martuscelli, a palestra Literatura de Cordel – Tradição e Modernidade, com o escritor Moreira de Acopiara (Ceará) e o professor doutor em literatura de cordel Aderaldo Luciano, nascido no município de Areia, Paraíba. O evento fez parte do Festival de Cultura Nordestina Cubatão Danado de Bom.
Aderaldo Luciano rechaça as interpretações de que o cordel é uma subliteratura, "uma coisa menor". Para ele, o cordel é um gênero poético como qualquer outro e se define pelo uso de sextilhas (estrofes com seis versos), ainda que haja variações na forma. "Sendo o cordel poesia, não tem pátria, nem classe social", o que lhe garante a universalidade de literatura.
Ele conta que há três linhas que contam a origem do gênero. A primeira remete a uma matriz portuguesa; a segunda credita como fonte os repentistas, mas o professor fica com a terceira que, não excluindo as influências anteriores, afirma ter o cordel um desenvolvimento próprio. "Ele foi pensado, foi bolado. O cordel chegou a sua forma clássica quando, no final do século XIX, Leandro Gomes de Barros, percebeu que ganharia mais dinheiro vendendo suas poesias impressas que declamando. Assim, ele optou pelo formato ofício dividido em 4 partes, o que dá no livrinho de cordel com 32 estrofes, que pode ser aumentado com a incorporação de mais livrinhos, aumentando assim a história. A forma do cordel foi cristalizada na gráfica". O gênero é tão parte da modernidade que tem até best seller, O pavão misterioso, com mais de 23 milhões de exemplares vendidos em várias edições. Outro campeão de vendas é A chegada de Lampião no inferno.
Ele também alerta para não confundir o cordel com outros gêneros. "Em muitos lugares se acha que toda poesia feita no Nordeste é cordel, mas não. Existem diferenças formais entre o cordel, que pode ser até de fundo erudito, o poema matuto, que não tem forma fixa e é caracterizado pela imitação dos sons falados, e a cantoria, que são versos feitos para serem cantados". Para ele, Patativa do Assaré foi mestre nos três gêneros.
O trabalho de Acopiara pode ser acompanhado no site http://www.moreiradeacopiara.hpg.com.br; já os textos do professor Aderaldo Luciano podem ser lidos no blog http://adercego.blogsome.com.
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