Alessandro Atanes, para o PortoGente
O desterro e o exílio formam um tema que se relaciona às imagens portuárias. Toda história de exílio requer um porto ou qualquer outro lugar de partida (um aeroporto, uma rodoviária ou uma estação de trem).
Desterro é também o nome do primeiro livro de Antonio Cisneros, poeta limenho nascido em 1942, um dos principais nomes da geração 60 da poesia peruana. Cisneros venceu em 2010 o Prêmio Internacional de Poesia Pablo Neruda, principal premiação literária do Chile.
Desterro é de 1961 e traz em epígrafe belíssimos versos de Rafael Alberti (1902-1999) sobre o tema:
Traduzo abaixo fragmento de Desterro, no qual um navio ronda o porto:
A imagem na qual é o porto que quase chega ao navio (fragmento I) demonstra a ansiedade da partida ou de chegada, no caso, a um porto em ruínas (II) de onde partem lâmpadas que navegam em altíssimos caminhos (III), isto é, os navios e seus mastros (V) de onde se vê surgir um farol, aproximação que revela a areia do silêncio (VII) e uma pessoa morta na maré (VIII).
Pós escrito
A edição de Desterro que trouxe de Lima faz parte da coleção Poesía, com a obra completa de Cisneros, cujo volume azul, além de Destierro, reúne os livros David, Comentarios reales e Canto Ceremonial contra un oso hormiguero.
Abaixo, as demais notas peruanas:
Notas peruanas (parte 1)
Vargas Llosa – Notas peruanas (Parte 2)
Moby Dick em Lima – Notas do Peru (parte 3)
Surrealismo no porto (Notas do Peru – parte 4)
Referência:
Antonio Cisneros. Destierro. In: Poesía. Lima (Peru); Bogotá (Colômbia): Peisa; Arango Editores, 2000.
O desterro e o exílio formam um tema que se relaciona às imagens portuárias. Toda história de exílio requer um porto ou qualquer outro lugar de partida (um aeroporto, uma rodoviária ou uma estação de trem).
Desterro é também o nome do primeiro livro de Antonio Cisneros, poeta limenho nascido em 1942, um dos principais nomes da geração 60 da poesia peruana. Cisneros venceu em 2010 o Prêmio Internacional de Poesia Pablo Neruda, principal premiação literária do Chile.
Desterro é de 1961 e traz em epígrafe belíssimos versos de Rafael Alberti (1902-1999) sobre o tema:
Por que me trouxe, pai,
para a cidade?
Por que o senhor me tirou
do mar?
Antonio Cisneros pelo ilustrador Iván Palomino
Traduzo abaixo fragmento de Desterro, no qual um navio ronda o porto:
I
O porto
quase chegou
até os barcos.
II
Seguem
cordas amarradas
na sombra
ruínas de cais
e navios.
III
Navegam lâmpadas
de altíssimas veredas
até a beirada
de peixes
e portas submarinas.
IV
Vivem somente
postes de vento
assomando
bandeiras pela borda.
V
Mastros de brisa
voltando
na proa de fontes.
VI
Surge um farol
em torres de pedra
submergida.
VII
Sobre o mar
uma rua de areia
e de silêncio.
VIII
Um camarada morto
amanhece na maré.
A imagem na qual é o porto que quase chega ao navio (fragmento I) demonstra a ansiedade da partida ou de chegada, no caso, a um porto em ruínas (II) de onde partem lâmpadas que navegam em altíssimos caminhos (III), isto é, os navios e seus mastros (V) de onde se vê surgir um farol, aproximação que revela a areia do silêncio (VII) e uma pessoa morta na maré (VIII).
Pós escrito
A edição de Desterro que trouxe de Lima faz parte da coleção Poesía, com a obra completa de Cisneros, cujo volume azul, além de Destierro, reúne os livros David, Comentarios reales e Canto Ceremonial contra un oso hormiguero.
Abaixo, as demais notas peruanas:
Notas peruanas (parte 1)
Vargas Llosa – Notas peruanas (Parte 2)
Moby Dick em Lima – Notas do Peru (parte 3)
Surrealismo no porto (Notas do Peru – parte 4)
Referência:
Antonio Cisneros. Destierro. In: Poesía. Lima (Peru); Bogotá (Colômbia): Peisa; Arango Editores, 2000.
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