A ODISSÉIA MUSICAL DE GILBERTO MENDES, documentário de Carlos Mendes, exibido recentemente na TV SESC, teve infelizmente uma temporada curtíssima nos cinemas e foi analisado de modo superficial pela maioria dos resenhistas ( A crítica cinematográfica de hoje foi sequestrada pela resenha e é duplamente limitada pelo espaço e pela visão mercantilista dos editores dos cadernos de cultura), poucos notaram que o filme foi uma tentativa bem sucedida de transposição da autobiografia escrita pelo próprio Gilberto Mendes transfigurada pela visão subjetiva e afetiva de seu universo íntimo-familiar, o filme é narrado por sua neta e dirigido por seu filho e o que poderia ter caído na hagiografia , surpreendentemente ganhou no filme uma relativa distância que não elide a esfera da afetividade, Carlos Mendes não se preocupou em ‘capturar o ser’ ou ‘ demarcar uma linha entre o músico e a pessoa’ o que seria o mesmo que ‘pintar um retrato morto de um vivo’ , o filme não é uma tentativa de ampliar um verbete de enciclopédia, é muito mais e sobreviverá como uma espécie de aproximação fragmentada que desmistifica o mundo e os mitos pessoais do Gilberto Mendes, A ODISSÉIA MUSICAL DE GILBERTO MENDES é o anti-DI e o anti-NÉLSON FREIRE, algumas cenas parecem ter sido fruto de um improviso que lembra o JAZZ e a MÚSICA DE CÂMARA ao mesmo tempo.
Marcelo Ariel
0 comentários:
Postar um comentário
Os comentários ao blog serão publicados desde que sejam assinados e não tenham conteúdo ofensivo.