terça-feira, 7 de abril de 2009


Por Marcelo Ariel
Dando sequência a meu humilde e parcial mapeamento da cultura brasileira contemporânea, entrevisto abaixo um dos maiores músicos em atividade no Brasil.

1) O que a música signfica na sua vida e como foi o início da sua carreira?
A musica é o tudo e o todo pra mim, como um grande círculo mágico e um continuum infinito. Desde criança ouço muita música graças aos meus pais. Comecei minha carreira de uma maneira um pouco tímida, meio que sendo arrebatado pela força da música e estou com ela até hoje.

2) Fale um pouco sobre a importância da natureza no seu trabalho musical?
Me sinto conectado com Natureza, pois acredito nessa unidade homem/divindade e na natureza temos todos os sons imagináveis e inimagináveis com os pássaros,os sons das florestas, mares, rios ,o sussurrar das arvores e o estalar das madeiras.

3) Comente seus discos um a um e fale um pouco sobre o processo de criação de cada um deles?
O primeiro, Trem pra Ribeirão, fiz com meu amigo, o baixista e compositor Washington Soares e data de 99... são composições minhas e dele e pesquisamos sonoridades para uma linguagem de trio junto ao baterista Alexandre Faccas.
O segundo, Feira Livre (2001), também é com o Washington e é um trabalho com várias matizes de arranjos. Lá temos arranjos com cordas, saxofones e bastante percussão. Já é um disco em que abandonei a guitarra elétrica para usar só instrumentos acústicos.
O terceiro, Mixtura Brasileira (2003), é uma outra parceria, desta vez com o grande percussionista Robertinho Silva, que já tocou com Milton Nascimento, Toninho Horta, Wayne Shorter, Herbie Hancock, só pra citar alguns. É um disco em que usamos muitos instrumentos acústicos novamente e a qualidade da nossa conversa musical fica bem evidente.
O quarto e mais recente, Temporal (2005), é o primeiro que fiz sozinho, e também tem muitas participações e é um disco em que assumi mais riscos e o processo de composição foi qusae todo improvisado.

4) O que é a vida para você?
Penso que a vida é uma existência de muitas outras, um fragmento de tempo e uma maneira do Creador sentir essa existência através da gente.

5) E a Alma?
Talvez o acúmulo das existências através dos tempos ,talvez seja um enorme HD espiritual o Anima.

6-) Como você vê a situação do músico independente e da música instrumental no Brasil hoje?
Sou otimista e ainda acredito no ser humano e no seu bom senso, acho que temos uma das melhores musicas do planeta e talvez falte uma sensibilização dos poderosos da mídia e do poder publico para perceber que não é só o que ingerimos que nos faz mal... mas também o que ouvimos. Uma vez li o Hermeto Pascoal falando que musica ruim era como propaganda de cigarro, só deveria passar após as 22h.

7) Cite alguns artistas que colaboraram para a sua formação musical e por que?
João Soto que foi um grande professor e me ensinou como ouvir e sentir a musica de uma maneira mais ampla, Joe Diorio, Jim Hall,Django Reinhardt, Pablo Casals, Carlos Paredes, Victor Assis Brasil, Robertinho Silva, que me ensinou a ter atitude musical e a não ter medo de desafios, Helio Delmiro, Milton Nascimento, Moacir Santos e muitos e muitos outros
Todos os músicos que já toquei e os que já ouvi, me influenciam bastante, pois estou sempre com a mente e o coração atentos para aprender.

8) Atualmente você está gravando algo, fale um pouco sobre o que você está realizando no momento?
Ainda em gestação um novo trabalho a partir do meio de 2009.
Nota: Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho de Alexandre Birkett é só clicar no link http://www.birkett.com.br/

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