Marcelo Ariel
Para Ricardo Oliveira e Paulo Luis de Souza.
1) O filme de Fábio Barreto é uma obra de artesanato cinematográfico, e como tal, tem lá sua dignidade de peça de artesanato, como eram os filmes-documentários do Amaral Neto ( álias, bem melhores).
2) Existe um falso foco no filme, o próprio Lula, trata-se de um filme sobre a mãe do Lula, ao qual faltou o que os teóricos do teatro chamam de "distanciamento brechtiano".
3) Nas mãos de José Mojica Marins, o filme certamente seria menos simplório e menos visão da classe média e perderia muito de sua neutralidade diante dos fatos da história.
4) A horrível e desnecessária cena do presidente do sindicato entrando em uma sala após vencer uma eleição e gritando : "Aqui só tem brahmeiro, a gente veio aqui para beber ou para conversar", é sozinha capaz de jogar o filme no aterro simbólico do esquecimento.
5) Assesores políticos não entendem nada de cinema e o diretor não deveria ter dado ouvido a eles, se é que isso aconteceu... Tudo indica que sim.
6) Se quiserem realmente uma visão interessante e com um pouco de equilíbrio, vejam Entreatos do João Moreira Salles. O cineasta, filho de banqueiro (e poeta) João Salles é o que melhor entendeu a simbologia em torno da figura Lula.
7) Não acredito que o filme influencia no resultado das eleições.
8) O roteiro é fraquíssimo e de uma ingenuidade jamais vista antes na história do cinema em uma produção de mais de um milhão de reais.
9) Um bom modelo para Fábio Barreto: Glenn Gould em 32 curtas de Francois Girard.
10) Houve um crítico, Rubens Ewald Filho se não me engano, que comparou o filme ao material de propaganda nazista de Leni Reifesthal. Não chega a tanto. Fábio Barreto não é um gênio. Leni Reifesthal se baseou em idéias de Richard Wagner e na renascença italiana e Fábio deve ter se inspirado em Duda Mendonça e Steven Spielberg.
11) A história e vida de Luís Inácio Lula da Silva poderia render um grande filme, mas a história e vida de Paulo Maluf, Fernando Collor de Melo, Getúlio Vargas e Delfim Netto também dariam ótimos filmes. (O que estou querendo dizer com isso, caras pálidas?).
Para Ricardo Oliveira e Paulo Luis de Souza.
1) O filme de Fábio Barreto é uma obra de artesanato cinematográfico, e como tal, tem lá sua dignidade de peça de artesanato, como eram os filmes-documentários do Amaral Neto ( álias, bem melhores).
2) Existe um falso foco no filme, o próprio Lula, trata-se de um filme sobre a mãe do Lula, ao qual faltou o que os teóricos do teatro chamam de "distanciamento brechtiano".
3) Nas mãos de José Mojica Marins, o filme certamente seria menos simplório e menos visão da classe média e perderia muito de sua neutralidade diante dos fatos da história.
4) A horrível e desnecessária cena do presidente do sindicato entrando em uma sala após vencer uma eleição e gritando : "Aqui só tem brahmeiro, a gente veio aqui para beber ou para conversar", é sozinha capaz de jogar o filme no aterro simbólico do esquecimento.
5) Assesores políticos não entendem nada de cinema e o diretor não deveria ter dado ouvido a eles, se é que isso aconteceu... Tudo indica que sim.
6) Se quiserem realmente uma visão interessante e com um pouco de equilíbrio, vejam Entreatos do João Moreira Salles. O cineasta, filho de banqueiro (e poeta) João Salles é o que melhor entendeu a simbologia em torno da figura Lula.
7) Não acredito que o filme influencia no resultado das eleições.
8) O roteiro é fraquíssimo e de uma ingenuidade jamais vista antes na história do cinema em uma produção de mais de um milhão de reais.
9) Um bom modelo para Fábio Barreto: Glenn Gould em 32 curtas de Francois Girard.
10) Houve um crítico, Rubens Ewald Filho se não me engano, que comparou o filme ao material de propaganda nazista de Leni Reifesthal. Não chega a tanto. Fábio Barreto não é um gênio. Leni Reifesthal se baseou em idéias de Richard Wagner e na renascença italiana e Fábio deve ter se inspirado em Duda Mendonça e Steven Spielberg.
11) A história e vida de Luís Inácio Lula da Silva poderia render um grande filme, mas a história e vida de Paulo Maluf, Fernando Collor de Melo, Getúlio Vargas e Delfim Netto também dariam ótimos filmes. (O que estou querendo dizer com isso, caras pálidas?).
Parabéns, Marcelo. Só vou discordar de você n que se refere ao quesito "ingenuidade do roteiro". Achei o roteiro ruim e safado. Mas tudo bem, o filme foi um fiasco de bilheteria e já já será devidamente esquecido. Grande abraço.
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