terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Obra de Alvaro Peña


Silêncio

Não fere aos amantes
as frestas
entre as frases.

À língua em repouso
deita o desejo
que se dilata
até tocar o incontestável.

A ausência das palavras
é o palco dos olhos,
dos hálitos,
dos hábitos despidos.

Peles, pelos e peitos
embaraçados,
bêbados de presente.

Um espetáculo
em que as proposições
são expectadoras.
E aplaudem atônitas
a eloquência dos corpos.


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