quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016




Por Marcelo Ariel


Pensar por imagens, pensar as imagens, habitar o poema


A alegria querubínica


Inicio minha coluna mensal na Revista Pausa.

Como Plotino, não irei me preocupar com ortografia e raramente devo usar alguma regra. O que me interessa é seguir um fluxo E CRIAR OUTRO, a Alma é a inteligência e esta cada vez mais rara.

Vamos meditar, contemplar e pensar através de algumas imagens das diversas dimensões, sejam elas cinematográficas arquitetônicas ou de quaisquer multiversos e poéticas.

Obviamente, por uma limitação de visão que impede a grande abertura do panteísmo de se estabelecer como ética mística em vigor NO MUNDO INTEIRO, começo analisando a capa  do um dos meus mais recentes livros, "O REI DAS VOZES ENTERRADAS", criada pelo editor Gabriel Rath Kolyniak e por mim a partir de uma foto do criador musical Marcos Vaz tirada em Istambul, em 2014. 

O que não se sabe, o segredo, o oculto e o atemporal é o que motivou  a escolha desta imagem onde meninos de Istambul tomam banho alegremente, criando COM SEUS CORPOS uma ZONA AUTÔNOMA TEMPORÁRIA.

Se usarmos a TEORIA DO PONTO de Barthes, facilmente veremos que o centro de tudo nesta imagem É O SORRISO HEDONISTA que orienta a aparição da ALEGRIA DE VIVER.

Estes meninos se inserem naquele PARAÍSO que jamais poderá ser fixo, porque, como O AMOR,  É MOVENTE. 

Porque segue o MOVIMENTO CÓSMICO.

Calma com o andor, Leonor, minha análise sempre se dará dentro de uma LIMITAÇÃO, mas na direção de uma MÍSTICA DA IMAGEM e não apenas da imagem mítica.

O título anúncio devir do livro "O REI DAS VOZES ENTERRADAS" aparece aqui como um contraponto e se inspirou no titulo de um livro de René Guénon O REI DO MUNDO.

Aponto em uma chave de oposição ao sentido do livro de Guénon, mas uma chave complementar talvez.

O MOMENTO DA ALEGRIA HEDONISTA, COMO ESTE, QUE REGE AS VOZES ENTERRADAS.

E o que são as vozes enterradas ? A resposta é simples:

AS CRIANÇAS. 

Que no contexto do livro são AS PRIMEIRAS NUVENS. 

Aos que lerão o livro, percebam que a relação telepática entre as memórias da infância e a internet é absoluta.

E a capa realiza uma costura dos textos do livro COM UMA IDEIA  DE LIBERDADE E DE ABERTURA PARA UMA TOTALIDADE OCEÂNICA.

Nuvens se refletem no mar. 

Crianças nadam NO SEMPRE ali congelado.

Para o movimento cinematográficonírico DO OLHO.

O que acrescento: 

É  o que disse certa vez Jacques Derrida: NÃO CABE AO PENSAMENTO TRAZER AO VISÍVEL AQUILO QUE NA IMAGEM SE CONSERVOU COMO MISTERIOSO E OBSCURO. 

Podemos, afinal dizer do menino que sorri no centro da capa deste "O REI DAS VOZES ENTERRADAS": ES DENKT, traduzido direto do alemão pelo tradutor do Google como ELE PENSA.


Marcelo Ariel é poeta e performer e escreve mensalmente e voluntariamente na Revista Pausa



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