Eliane, Gilberto e Flávio |
Pierre Boulez, seu amigo e maior compositor europeu partiu na mesma semana que tu: combinaram encontro com Stockhausen e nosso Villa Lobos? Assisti pensando tanto em ti o mais novo Woody Allen: era todo ele sobre anos de ouro de Hollywood: e imagina que Olivia de Havilland e Kirk Douglas estão aqui ainda centenários entre nós nesse mundo doido onde a Grã-Bretanha saiu da União Europeia, Trump vergonhosamente foi eleito para suceder nosso estimado Obama e o Ocidente parece cada vez mais aquele dos idos da Guerra da Criméia!
Sigo esboçando tua biografia e espero contar com depoimentos dos teus amigos Augusto de Campos, Wisnick e Caetano Veloso que tanto sentiram tua partida: Ruy Castro abriu janeiro com uma crônica preciosa sobre tua importância para a brasilidade... quando releio o Eça e Borges teus autores preferidos converso mentalmente da mesma forma que imagino tua euforia com cem anos da Revolução Russa que se aproxima e tão presente em tuas memórias entre Moscou, São Petersburgo e Praga.
Agora mesmo leio delicioso livro sobre o Hotel Ritz na tua Plaza Vendôme discorrendo sobre a Resistência Francesa! Com tua amada Eliane reflito melhores caminhos para teu romance ainda inédito Adeus Partidão com sua trajetória de militante entre Neruda e Mário Gruber. Já surgiram dois belos filmes a partir do seu legado: um do artista multimídia Márcio Barreto e outro documentário de Cris Sidoti, além do longa-metragem de Fernanda Almeida Prado em que você mesmo estrelou! Com quem conversar sobre jazz, São Paulo antiga, fitas de espionagem e as telas de Paul Klee? Gilberto Mendes, nós que aqui estamos de ti nunca esquecemos!
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