terça-feira, 6 de abril de 2010

Alessandro Atanes, para o PortoGente

Parece que teremos chuva e tempo ruim até sexta-feira. Durante toda a semana poderemos ver navios chegando ou deixando nosso cais entre brumas, com luzes pálidas entre a chuva cerrada e apitos que parecem soar diretamente dos céus.

A descrição dramática acima, embora encaixe perfeitamente em nosso cenário portuário, é tirada da observação de alguns quadros de William Turner (1775-1851), pintor romântico inglês que tive a oportunidade de rever no Museu de Arte de São Paulo (Masp) na exposição Romantismo: a arte do entusiasmo, em cartaz até 8 de maio.


O Castelo de Carnaevon, óleo sobre tela, 1830-1835, acervo do Masp

Se já é fácil notar o céu atribulado neste dia claro na tela de Turner que podemos ver em São Paulo, a seguir veremos o que acontece durante uma tempestade ou naufrágio vistos pelo pintor britânico.


Naufrágio, óleo sobre tela, 1805, Tate Gallery, Londres


Calais, óleo sobre tela, 1803, Tate Gallery, Londres

Sempre houve artistas únicos, que não pudessem ser comparados aos seus contemporâneos, mas a regra geral é que os artistas sempre acabaram traduzindo seu tempo por meio de escolas. Essa tendência geral ganha um novo aspecto justamente no Romantismo, que começa na Alemanha, com Goethe, autor de Os sofrimentos do jovem Werther (1774). Nesse momento de entusiasmo, como se refere o título da exposição em São Paulo, é a própria individualidade do artista, em busca da expressão de um mundo ideal, que guia a execução da obra. Ideal, no caso, é o que é levado às últimas consequências.


Barcos holandeses na ventania, óleo sobre tela, 1801, The National Gallery, Londres

Boa semana de chuva a todos.


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