sexta-feira, 26 de agosto de 2016



por Austregélido de Athaúde


As letras santistas estão borradas. Recebi do minúsculo editor da Casa Patuá livros de divulgação de novos autores marítimos que esse senhorzinho edita dando voz a pretensos poetas. E o digo com propriedade, pois fui recusado de publicação num teste editorial que experimentei fazer para fins de um estudo sociológico, em que pretensão verdadeira alguma eu tinha de publicar. Só fiz comprovar que esse senhorzinho está unicamente aumentando substancialmente a quantidade de mato onde se poderia muito melhor plantar capim para dar substância à nossa combalida poesia nacional tirando dela o ar bovino de desnutrição. Eis que um dos autores divulga o lançamento envernizado de pretensão anunciando-o como “Lançamento Mundial”, quando mal consegue sair de muletas de sua própria casa. Refiro-me, obviamente, ao pretenso escritor Ademir Demarchi que tem um apreço de gosto duvidoso por sereias, peixes e moluscos, enchendo de pompa as capas dos seus livros com esses bichos pegajosos. Não levei cinco minutos, ou seja, nem uma sentada, foi mesmo o tempo entre trocar um pé e outro do chão, para ler inteiramente seu livrinho em que destila rancor e uma falsa sapiência sobre o que ambiciona ser os relacionamentos humanos entre os sexos aceitos pela Sagrada Família. Deve ter tido uma mulher apenas esse homem! A puerilidade pulula das páginas gastas em imitações ralas do estilo já intensamente esconjurado do piadista a que inutilmente alguns consideram escritor, o Senhor Oswald de Andrade, um burguês de cepa duvidosa cujo prazer era praticar pedofilia com mocinhas ingênuas capilarizadas por seus poemetos atribuindo a elas a isca de musas. Foi numa dessas que ele disse ter pego o peixe que chamou Pagu em mais um de seus trocadilhos infames com outro pescado, o Pacu, e até hoje esse Senhor Demarchi o lamenta nesses poemícolas que sequer piada são, tanto lhes falta graça. Com isso ele apenas fica na superfície do que o modernismo mais difundiu como sua vitória, a sem-gracisse do chiste de baixo calão intelectual, pelo qual esse outro pretensioso  Sr. Manoel Herzog, misturando o português chulo com um falso fraseado alemão, já a partir de seu próprio nome, se rebola em fazer caber na forma de um sem-fim de sonetilhos desbragados em que a vulgaridade assoma. Esse, é de se apontar, é de uma obviedade freudiana tacanha que chega a ser vulgarmente previsível e cansativo. Como o outro, também não alcança o pensamento da Alta Poesia e fica no reles chiste em que denota questões sexuais aparentemente mal resolvidas, eis que sua fixação na palavra cu é altaneira, pipocando e piscando a cada soneto a ponto de nos irritar a paciência e pensar que melhor que desse o seu logo para uma Frota eis que um Alexandre, ainda que fosse o Grande seria de somenos, uma vez que de soneto em soneto fica a sugerir que o está a oferecer aos delicados dedos das mulheres que ele fantasia ter derrubado como o famoso derrubador de Portinari imaginando que está a continuar uma tradição colonial beletrista atacada pelo modernismo que lhe resulta ser puramente um devaneio infantil mal resolvido e provavelmente fruto de abuso numa infância que certamente não teve. Falta a esses pois lirismo e com isso enchem de entulho as praias de Santos e desonram nomes históricos como Martins Fontes. Colhe-se evidentemente os péssimos investimentos de mais um falsete que foi esse governo da Sra. Dilma, que desviou todos os recursos possíveis da educação mal dada que agora se manifesta no analfabetismo de sucessivas gerações do que poderiam ser poetas se não fossem verdadeiramente o que são, traficantes de palavras na vulgaridade da cueca, um com manchas de batom, o outro com prótese aumentativa. Concluo, portanto, que a palavra de ordem do dia é Fica Temer, pois eis que é nesse discreto político em que a verdadeira poesia hoje se manifesta em seu potencial lirismo para refrescar nossas letras. Esses aí não são é nada.



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