segunda-feira, 27 de junho de 2011

Márcia Costa

Quando se fala em dança contemporânea, em pesquisa e mistura de linguagens artísticas, o nome de Célia Faustino (foto) emerge como uma das maiores referências em Santos. Nesta entrevista você vai conhecer mais sobre as idéias da eutonista, educadora corporal e pesquisadora que integrou diversos grupos, como o Corpo Estável de Dança da Prefeitura Municipal de Santos, e desde 1994 desenvolve trabalhos solo. Atualmente é diretora do Espaço de Consciência Corporal Célia Faustino, onde oferece diversas atividades, a exemplo das aulas de dança e de eutonia.

Junto com o bailarino e coreógrafo Edvan Monteiro (que trocou Fortaleza por Santos recentemente), com o músico Márcio Barreto e mais artistas, integra o Núcleo de Pesquisa do Movimento – Imaginário Coletivo de Arte, que tem realizado várias apresentações, principalmente improvisações em dança em espaços da cidade. 

Ao lado dos também bailarinos e coreógrafos Edvan Monteiro e Rita Nascimento, Célia vai discutir a dança contemporânea no próximo encontro do UrbanARTE, evento em que artistas discutem uma linguagem (dança, música, literatura, teatro, etc). Em seguida, ela e Edvan apresentarão uma pequena performance para fazer “aparecer” as criações após a exposição de seu método, e com a participação especial do grupo Percutindo Mundos, criado por Márcio Barreto. O evento será nesta terça-feira (28), às 20h, na sede do Fórum da Cidadania e Cultura de Santos (Avenida Ana Costa, 340, Campo Grande, em Santos) A entrada é gratuita.

Sentindo e respirando dança ao longo de sua vida, Célia conta nesta entrevista sobre como essa arte tomou conta das suas horas.

Como começou a sua relação com a dança?
Comecei a fazer Ballet Clássico, como quase toda menina da minha geração, aos 6 anos. Interessante, porque minha mãe me colocou no Ballet por indicação de uma amiga dela. Morávamos em uma cidade do interior, era muito extrovertida e adorava subir em árvores. Quando mudamos para Santos, minha mãe percebeu que meu comportamento se modificou, fiquei mais introvertida. Essa amiga da minha mãe sugeriu as aulas de Ballet, como um estímulo para a sociabilização. Ela acertou! A dança de certa forma entrou na minha vida como uma terapia. E deu certo!

Fiz a formação do Ballet Clássico na escola de Ballet do Teatro Municipal de Santos, participei de academias e grupos de Dança, que na época efervenciam em apresentações de festivais.

Quando começou a ensinar?
Comecei a dar aulas de Ballet Clássico para crianças, e daí surgiu uma das grandes questões da minha vida profissional: qual a pedagogia a se adotar, para poder dar aulas de dança de uma forma mais humana e orgânica? Porque, afinal de contas, apesar de todas as dificuldades da técnica, era assim que eu sentia a dança, um grande sentimento de prazer! Como poder passar esse “prazer” no decorrer das aulas. Questão que até hoje me motiva.

E a artista Célia, quando surgiu?
Outra grande questão que surgiu, foi na área artística: Qual a linguagem da minha dança, como poder traduzir meus sentimentos, pensamentos e reflexões, através do gestual corporal? E aí se inicia um grande percurso: dança moderna, dança contemporânea, dança teatro e diferentes e diversas técnicas.

De certa forma, essas duas grandes questões foram resolvidas, ou melhor, os caminhos foram clareados, quando fiz a formação da Eutonia. Que me possibilitou um conhecimento teórico e prático, tanto na área pedagógica, artística e terapêutica.

E de novo fecha-se um ciclo, a dança que é em essência prazer, torna-se uma fonte de trabalho pedagógico e terapêutico, com muita pesquisa e criação artística.

Trabalhei no SESC/Santos, durante 17 anos, onde pude experimentar, pesquisar e desenvolver uma pedagogia própria. E de certa forma uma identidade artística.

Há 9 anos criei minha própria escola, o Espaço de Consciência Corporal Célia Faustino, onde dou aulas de Eutonia, Alongamento e estruturação corporal, Ballet Clássico para adultos, Dança Contemporânea e Improvisação.


Você também desenvolve um trabalho de pesquisa com outros artistas.
Atualmente faço parte de um grupo de música, o Percutindo Mundos, que pesquisa a música contemporânea caiçara.

E nesse ano criamos, junto com Márcio Barreto, o Imaginário Coletivo de Arte que agrega artistas do litoral paulista em suas diferentes linguagens e tem como proposta fortalecer e propagar a Arte Contemporânea Caiçara, valorizando nossas raízes e misturando-as à contemporaneidade. Dentro do coletivo, criamos o Núcleo de Pesquisa do Movimento, resultado de anos de pesquisas desenvolvidas em diferentes áreas que culminaram na busca de uma nova sintaxe corporal, através da reflexão sobre os processos criativos na Arte Contemporânea Caiçara.

Os integrantes do grupo convergem da dança, eutonia, teatro, circo, música e “Le Parkour”. Estão diretamente ligados à experimentação através de núcleos de pesquisas desenvolvidos no Espaço de Consciência Corporal Célia Faustino, no grupo Percutindo Mundos, de música contemporânea caiçara, na Cia. Etra de Dança Contemporânea (criada por Edvan) e no Projeto Canoa – pesquisa da Cultura Caiçara.

Quem quiser começar a aprender sobre dança agora tem uma oportunidade com os novos cursos que oferece nas férias. Fale um pouco sobre eles. 
Ofereceremos em julho Ballet Clássico para adultos e Dança Contemporânea e Improvisação. Através da consciência corporal, desenvolvemos técnicas específicas de dança, com o objetivo de auto-conhecimento somado ao prazer da criação.

Não é necessária experiência anterior. Trabalhamos aplicação dos princípios da Eutonia, desenvolvimento da percepção corporal, organização e vitalização postural, liberação das tensões físicas e emocionais, aprofundamento da escuta interna, sensibilização musical, expansão da relação tridimensional espacial, presença no contato com o outro, escuta, expressividade e criação. Todos estão convidados a conhecer.

O Espaço de Consciência Corporal Célia Faustino fica na Rua Oswaldo Cóchrane 71, sala 34, em Santos. O telefone é (13)32273790. 

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