A Pausa publica nova versão do poema de Flávio Viegas Amoreira musicado pelo compositor Gilberto Mendes que, após estreia no Festival de Inverno de Campos de Jordão, volta a ser apresentado nesta quinta-feira (24), às 21 horas, no Sesc Santos, na última noite da edição 2009 do Festival Música Nova, criado por Mendes. O poema é uma homenagem aos apitos dos navios que chegam ou deixam o estuário da cidade portuária.
O meu coração vaga em segredo vento que ronda forasteiro
sobre o mar
canta a dor
das águas no que não mais mourejar
meu peito
todo ele o irmão corpo
alma / pensamento
torna ao Oceano
zarpando sem cais rondarei
navio ébrio
ondeando
no longe infindo
onde não mais atracar
na beira do céu
por ti espreitando
léguas e milhas
distando do infinito a infinito
buscando / ainda
terei tempo eterno
ao navegar de retorno
hei de novo em minha Ítaca te achar
mais afastado tanto / tanto/
é todo meu fado aproximar
na noite e aurora : desfio o começo
caos cosmos
verei o principio do mundo
fechando entre o Sangava e o Xixová
nem paragem ou porto:
serei rochedo ou galáxia
aí no útero úmido dos versos
te espero em desterro
sempre em Santos ou nenhum lugar.
"aí no útero úmido dos versos" lindo poema, difícil escolher um verso,mais difícil falar sobre ele, o poema já falou por mim...sou apenas espectadora...
ResponderExcluirbeijos