Ouhydes Fonseca, para a coluna Segunda Leitura, publicada no Jornal da Orla, sobre encontro do Fórum da Cidadania e Cultura de Santos
Na terça-feira (14), durante mais de três horas, cerca de 40 pessoas ignoraram a noite de muita chuva para conversar e refletir sobre um assunto que julgam dos mais importantes para a sociedade: cultura e comunicação.
A convite do Fórum da Cidadania, estiveram reunidos na Estação da Cidadania, sede da entidade, promotores culturais, jornalistas, professores, sociólogos, estudantes de jornalismo, artistas, articulistas e colunistas com o propósito de trocar idéias, informações e opiniões que permitissem estabelecer um cenário da atual vida cultural santista, seu relacionamento com os meios de comunicação e as perspectivas para seu futuro.
Ao final, chegou-se a duas principais conclusões. Primeira, a de que, por vários motivos, a vida cultural da Cidade não tem sua real grandeza devidamente refletida nas páginas, nos microfones e nas imagens dos principais veículos de comunicação.
Segunda, a de que as chamadas redes sociais e demais mídias eletrônicas podem ser a melhor alternativa para a divulgação e discussão da produção artística local, em especial das expressões artístico-culturais fora do circuito comercial ou erudito. Nesse sentido, considerou-se importante continuar buscando todos os espaços possíveis para a manifestação da cultura de um modo geral.
Foi unânime, também, a opinião de que a mídia tradicional é pautada por uma agenda de eventos e personagens que se revezam no cenário cultural, o que impede a produção de grandes reportagens e o aparecimento de novos colunistas e críticos que possam trazer abordagens criativas aos produtos culturais, bem como ampliar o interesse das camadas mais jovens da população pelas manifestações culturais e artísticas.
O fenômeno é relativamente recente e preocupante, quando se sabe que a mídia e a cultura mantêm uma tradicional e ampla convivência. Quem afirma isso é nada mais, nada menos, que o filósofo espanhol radicado na Colômbia, Jesús Martín- Barbero, que em entrevista ao caderno "Mais", da Folha de S. Paulo, em agosto do ano passado, afirmou: "Não existe comunicação sem cultura, nem cultura sem comunicação.
Comunicação é processo: seus elementos dever ser estudados juntos: emissor, mensagem, canal, receptor. É preciso haver interdependência entre as partes".
Nesse quadro, em que todos nós nos transformamos em potenciais criadores de informação, como resultado do surgimento da internet, Barbero alerta para uma outra necessidade: a da formação dos jornalistas. Segundo ele, em meio a tanta informação que torna difícil definir o que é realmente importante, qual manifestação cultural é mesmo de qualidade?
Para ele, "o problema não é o que vão fazer os meios, mas o que fará o sistema educacional para formar pessoas com capacidade de ser interlocutores desse entorno; não de um jornal, uma rádio, uma TV, mas desse entorno de informação em que tudo está mesclado.
Há muita coisa a repensar radicalmente. "Daí, também se deve levar em consideração as palavras da jornalista Milágros Oliva, ombudsman do mais importante jornal espanhol, o El Pais, ao comentar o surgimento do site WikiLeaks, que estreou divulgando centenas de documentos secretos do governo norte-americano:
"É necessário um jornalismo responsável e rigoroso. Neste mundo complexo e acelerado, não basta ter acesso ao material em bruto. Este material requer o trabalho de jornalistas bem-formados, capazes de contrastar, contextualizar e valorizar a partir da experiência profissional, os dados e as versões".
Na terça-feira (14), durante mais de três horas, cerca de 40 pessoas ignoraram a noite de muita chuva para conversar e refletir sobre um assunto que julgam dos mais importantes para a sociedade: cultura e comunicação.
A convite do Fórum da Cidadania, estiveram reunidos na Estação da Cidadania, sede da entidade, promotores culturais, jornalistas, professores, sociólogos, estudantes de jornalismo, artistas, articulistas e colunistas com o propósito de trocar idéias, informações e opiniões que permitissem estabelecer um cenário da atual vida cultural santista, seu relacionamento com os meios de comunicação e as perspectivas para seu futuro.
Ao final, chegou-se a duas principais conclusões. Primeira, a de que, por vários motivos, a vida cultural da Cidade não tem sua real grandeza devidamente refletida nas páginas, nos microfones e nas imagens dos principais veículos de comunicação.
Segunda, a de que as chamadas redes sociais e demais mídias eletrônicas podem ser a melhor alternativa para a divulgação e discussão da produção artística local, em especial das expressões artístico-culturais fora do circuito comercial ou erudito. Nesse sentido, considerou-se importante continuar buscando todos os espaços possíveis para a manifestação da cultura de um modo geral.
Foi unânime, também, a opinião de que a mídia tradicional é pautada por uma agenda de eventos e personagens que se revezam no cenário cultural, o que impede a produção de grandes reportagens e o aparecimento de novos colunistas e críticos que possam trazer abordagens criativas aos produtos culturais, bem como ampliar o interesse das camadas mais jovens da população pelas manifestações culturais e artísticas.
O fenômeno é relativamente recente e preocupante, quando se sabe que a mídia e a cultura mantêm uma tradicional e ampla convivência. Quem afirma isso é nada mais, nada menos, que o filósofo espanhol radicado na Colômbia, Jesús Martín- Barbero, que em entrevista ao caderno "Mais", da Folha de S. Paulo, em agosto do ano passado, afirmou: "Não existe comunicação sem cultura, nem cultura sem comunicação.
Comunicação é processo: seus elementos dever ser estudados juntos: emissor, mensagem, canal, receptor. É preciso haver interdependência entre as partes".
Nesse quadro, em que todos nós nos transformamos em potenciais criadores de informação, como resultado do surgimento da internet, Barbero alerta para uma outra necessidade: a da formação dos jornalistas. Segundo ele, em meio a tanta informação que torna difícil definir o que é realmente importante, qual manifestação cultural é mesmo de qualidade?
Para ele, "o problema não é o que vão fazer os meios, mas o que fará o sistema educacional para formar pessoas com capacidade de ser interlocutores desse entorno; não de um jornal, uma rádio, uma TV, mas desse entorno de informação em que tudo está mesclado.
Há muita coisa a repensar radicalmente. "Daí, também se deve levar em consideração as palavras da jornalista Milágros Oliva, ombudsman do mais importante jornal espanhol, o El Pais, ao comentar o surgimento do site WikiLeaks, que estreou divulgando centenas de documentos secretos do governo norte-americano:
"É necessário um jornalismo responsável e rigoroso. Neste mundo complexo e acelerado, não basta ter acesso ao material em bruto. Este material requer o trabalho de jornalistas bem-formados, capazes de contrastar, contextualizar e valorizar a partir da experiência profissional, os dados e as versões".
Sempre é bom fazermos junto,a cultura e a comunicação não consigo vêr separados.
ResponderExcluirMas carissimos passo mais uma vez por aqui para deseja a todos você muitas felicidades e que possamos estar juntos no proximo ano sempre com cultura e muita comunicação.
Felicidade a você e para todos os leitores deste blog(revista)
"Explicar poesia faz do aperitivo uma feijoada", diz em sarau de poesias o poeta, e artista plástico da Ilha de São Vicente, Tabajara. Em via de duas mãos a informação conduzida por comunicador social - conhecido por jornalista no Brasil, tem um poder de síntese, em aperitivos deste conteúdo. A comunicação massiva - via repetição, "comunica cultura", porém é tendenciosamente comercial - sem preocupação com demandas legítimas que permeiem novos públicos, todavia invisíveis, ainda. Ricardo Rutigliano Roque.
ResponderExcluirProduzo shows nacionais e internacionais em Santos e região desde 2006. Muito do que fiz na cidade só apareceu na mídia local mediante alguma troca econômica: seja em desconto nos ingressos, seja em troca do título de realização ou seja simplesmente em espécie (anúncio). Além disso, me deparei com o despreparo intelectual de jornalistas que dizem cobrir cultura. Lamentável.
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