segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Flávio Viegas Amoreira
Perdoa se a ti, Amor dedico tanto
na incerteza de retribuído afeto
tenho a pena e o vinho desse amor sereno
outrora insano
poderoso repouso é a memória do teu reconstruído semblante
eu que re-invento a proximidade de teu sorriso.

E se só houvesse palavras...
Seus olhos miram o que tenho de pior na hora da despedida
essa constante maldita
Até marca os instantes de dizer adeus
Preciso viver o próximo instante
E só sei amontoar palavras
estrelas errantes / azul ou vazio verde
Se eu pensasse dura uma mentira
Se faria enraizada uma ilusão soberba
E conto é porque aprendi ir fundo
Ao cajado
Desdobra o cerzimento
Falta a noz que doura na carnação dos escaninhos 
De planta fruto gomo candente do hábito de colher no pomar
Paciente do semeio
Ao fim da espera será ainda tu me advento
cruz eterna
inconcebível silenciamento do nada
luz infinda
só os loucos tem um só motivo para sempre
pega-se o que se encontra ao agrado
mal supondo ser o mítico ofertado / lances causticantes
azula a vista mesmo o que por ti pranteio
veste-se de brocados ardentes
magnânimo clarão  que na minha Fé de amor me alumia
tua presença é um espasmo sem reparo ao permanente da minha entrega
Meu bom amigo, amado,
Vivem nas herdades muitas mulheres que poderão escutar-te sem compreendido dilacerante que nos une
Deixai pensar que o que é nosso seja delas na impossibilidade disso
Fortalece nosso destino
Brilhamos nessa onda sob o luar em firmamento
Aquecida brasa em mesmo fogo
ao abrigo de dúvidas
só a incerteza nos assegura de persistência
poeta escolho a múltipla tua e minha seiva
nunca finda a urdidura do enigmático gozo
teias vicejando
o experimentamos longo
 que só inicia com a existência
esse amor que guardo
reflete-se muito depois muito depois
volatiza como a brisa que diamante etéreo, fractal, amor, amor, se cristaliza
a prosa alitera poeticamente
o exercício de reconhecer-me em ti túrbido num leito incerto
faz-nos lago rio oceano e torna à fonte nascente num ciclo incessante entre nossos traços afluentes
estávamos também no princípio, sou por ti em Verbo
corrijo-me
inflexiono
rumino
o Tempo nos sacia de espaço:
acode pelo ocaso oportuno dos ponteiros
a vida triste
as coisas mórficas despem-se
tornar é irreverssível
não se entristecem
somos tristes e o mundo nada sabe disso
damos nomes tristes ao que ocorre o maior nome é mundo
então chega momento imperceptível que amar não dói
sentimos enorme impenetrabilidade diante de nosso reflexo perpassado
é desejo
e desejo é tudo
que suporto

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