Por Ademir Demarchi
Decio Romano. Rua das flores e outros poemas.
Curitiba: J. M. Livraria Jurídica, 2010.
Nessa
reunião de poemas o autor parece fazer uma espécie de limpa-gaveta, daí certa
irregularidade descompromissada nos temas, formas e escrita. Em alguns ressalta
a emoção, noutros um distanciamento algo frio de observador que preza a
paisagem paranaense. Em meio a essas paisagens as orações e igrejas vão se
formando como slides fotográficos ao mesmo tempo em que a palavra “sinos” se
repete pelos poemas, batendo como marca da paisagem paranaense. Dois versos, e
em especial o primeiro deles, fisga o olhar pelo que a poesia, quando sai do
lugar comum, pode sugerir. Eles estão no poema a seguir, mas os destaco aqui:
“meu rosário está suado
nossa esperança está viva”.
Eis o poema:
N.
SRA. DA LUZ
Meu rosário está suado
Nossa esperança está viva.
Subimos por estas serras
Muito mais eu tenho vida.
Buscamos por cada lado
Seguir o melhor caminho
Acendemos muitas velas
E trouxemos o Vosso sino.
Estamos aqui agora
Prostrados diante de Ti:
Onde devemos Te amar
Toda vez que permitir?
Nesta ermida e seu altar!
08.02.1992
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