quarta-feira, 23 de março de 2011

Alessandro Atanes

Mais uma tradução de Javier Heraud em homenagem à chegada do outono. Ao lado poema visual de Paulo de Toledo.

O difícil que é esperar o outono sem se mover entre a figueira e a fogueira

Ah, se pudesse limpar a figueira
com minhas mãos,
se pudesse,
se pudesse limpar a figueira
apenas com minhas mãos,
toda a figueira apagá-la
e acender a fogueira
dos vales,
dos homens,
que fácil seria então
sentar nos bancos
dos dias
e ver queimar
casas e templos
campos e cidades
ver entrarem os anos sem transcurso,
cortar uvas suavemente,
sentar nos bancos
do caminho
e esperar o outono.

O original:

Lo difícil que es esperar el otoño sin moverse entre la higuera y la hoguera

Ah, si pudiera limpiar la higuera
con mis manos,
si pudiera,
si pudiera limpiar la higuera
com sólo mis manos,
toda la higuera apagarla
y prender la hoguera
de los valles,
de los hombres,
qué fácil sería entonces
sentarse en las bancas
de los días
y ver arder
casas y templos
campos y ciudades
ver pasar años sin transcurso,
cortar uvas suavemente,
sentarse en las bancas
del camino
y esperar el otoño.

Referência:
Javier Heraud. Lo difícil que es esperar el otoño sin moverse entre la higuera y la hoguera. In: Estación Reunida. In: Poesía Reunida. Lima, Peru: Peisa, 2010.

Paulo de Toledo. FOLHEVENTO. Hi-Kretos. Santos/São Vicente: Sereia Ca(n)tadora, 2011.

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