quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Imagem de Hugo Lugo


Por Wilton Bastos

Coisas que eu queria ter aprendido um pouco antes:

"Mamãe e eu sempre fomos juntos no ônibus.
Hoje, pra não sentar no assento preferencial, fiquei longe dela.
Ao seu lado sentou uma moça que sozinha ocupava os dois lugares; ao meu, outra moça com um bebê mijo-chorador...
Mãe, somos melhores juntos."

*
Por que escritor?
De fato, tal pergunta é melindrosa
Traz dor pr’alguns, pra mim traz alegria
Pra muitos compulsão, pra mim sadia
Tal arte que da gente sempre goza

*
Se por um lado há verso, há também prosa
Poética ela ou não, e há proesia
Porém, se é de verdade qual devia
Co método ou ca musa se desposa

E é isso que é tal arte, um casamento
Que afasta deste vate a solidão
Que traz pr’alguns quem ouça, eu já nem tento
Que eu sinto tais textinhos que me são

Um meio de aplacar qualquer tormento
Que impinge a quem o habita o mundo cão

Minibiografia
Soteropolitano de 1993, Wilton Bastos foi criado no litoral paulista, em cuja Santos mora até hoje. Trabalhando como escritor fantasma desde os 10 anos, começou a escrevinhar versos no colegial, sem deixar, contudo, de criar em prosa. De lá pra cá, assimilou a métrica, e passou a poetar quase que exclusivamente em versos heroicos, formato ao qual endereça todo respeito e cuja extemporaneidade não pretende aceitar. Não se vê fazendo outra coisa que não escrever, e adora galhardear essa frase a todo e qualquer interlocutor que lhe dê ouvido, por mais clichê que ela de fato seja.

1 comentários:

  1. Fosse qualquer outra pessoa a me fazer o convite, ficaria, é claro, muito grato e contente. Sendo o senhor, fico, além de grato e contente, honrado. É um dos caras com mais critério que eu conheço. Na escrita, na arte, e na vida. Tanto que, como faço questão de deixar claro o mais amiúde que consigo, o admiro pra caralho. Tô, dessa feita, muito feliz com o carinho ^^ Obrigado

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